terça-feira, agosto 03, 2010

coisas da vida...

Uma amiga chorou o fim de mais um relacionamento. Emprestei meus ombros , ouvidos atentos e afeto exacerbado. Soluções paleativas mas efetivas no momento da dor maior. 

Seu pranto era carregado de culpa, sentimento que nasce de nossa busca por explicações. 

Em determinada idade, todos já passamos por isso. Ficamos de mal com Deus, pensamos que o resto da vida será recheada de dissabores, alguns esboçam dar cabo à própria existência. É irracional. Porém, humano.

Fiquei refletindo após nossa conversa. Por que tanto desespero? Será pelo término das noites de sexo enlouquecido? Ou será por causa do ciúme, de imaginar o ser amado nos braços de um outro qualquer – como já disse Lupicínio? Talvez a ardência pungente aconteça pela recente solidão, que acaba por parecer uma eternidade.

Nada disso! Acredito que a falta maior é dos segredos inconfessáveis ao pé do ouvido. Da ausência daquele que nos conhece mais do que qualquer um. Lamentamos pelas madrugadas no telefone, pelos filmes que assistimos juntos, pelos planos que nunca irão se realizar.Lamentamos pelo passado, presente e futuro...

O fim de uma relação não dói por possessão, amor ou paixão. Dói pela morte da cumplicidade.

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